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Rafael Santana

A 23ª edição do Congresso Mundial da IUSTI (União Internacional Contra Infecções Sexualmente Transmissíveis), realizada no Zimbábue, contou com a participação do PrEP1519 em um simpósio organizado pela Organização Mundial de Saúde, com o objetivo de apresentar as estratégias de recrutamento e criação de demandas para adolescentes que se identificam como mulheres transexuais ou travestis ou como homens cisgêneros gays, bissexuais ou que fazem sexo com outros homens (HSH).

A OMS aproveitou o congresso para lançar as novas orientações de integração entre os serviços de IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e prevenção combinada ao HIV, incluindo o uso da PrEP. O simpósio foi chamado de “Não deixe a oportunidade passar: estratégias para uma melhor abordagem das IST em programas de PrEP”.

Para o lançamento da ferramenta, foram convidados implementadores do medicamento em alguns países e populações-chave, entre eles o Brasil, cuja experiência de criação de demanda faz parte do novo guia que a OMS lançou durante a última Conferência Internacional de AIDS (AIDS 2022), realizada este ano, em Montreal, no Canadá. 

Pesquisadora Inês Dourado representou o PrEP1519 no congresso

O PrEP1519 esteve representado pela representante internacional do projeto, Profª Drª Inês Dourado. Ela já fez parte de grupos que discutem o manejo das IST no Brasil e ajudou a fundar a Regional Bahia da Sociedade Brasileira de DST.

A pesquisadora falou sobre a importância do evento na luta contra as IST. 

– Fiquei muito feliz com a oportunidade de rever vários pesquisadores, e a retomada da agenda das IST com maior força em programas de PrEP. A força vem na junção entre a prevenção do HIV e às IST, que agora, dentro da OMS, estão juntas. Imagino que, com esse fortalecimento e junção de cérebros e vontade, vamos conseguir colocar a questão do manejo e da prevenção de IST de forma mais intensa – explicou. 

A professora Inês Dourado também fez um recorte histórico entre a destinação de recursos para o HIV em comparação a outras IST.  

– As IST sempre tiveram menos recursos em relação ao HIV, apesar da magnitude de casos no mundo inteiro. E isso tem muitas explicações. A maioria das IST são tratáveis, mas atingem populações de baixa renda, em países de baixa e média renda, e em comparação com o HIV, que, quando não se tinha tratamento, levava a óbito; e no início, as pessoas mais acometidas eram de classe mais alta e residiam em países de alta renda – explicou Inês Dourado. 

A 23ª edição do Congresso Mundial da IUSTI foi realizada no Zimbábue

O evento marcou o retorno do encontro presencial, já que o congresso do ano passado, em Amsterdã, aconteceu de forma virtual, e o de 2020, que seria realizado em Bangkok, foi adiado. Foi a quarta vez que o congresso aconteceu no continente africano – antes, já houve edições em Sun City (1999) e Cape Town (2009), na África do Sul, e Marrakech (2016), no Marrocos.

O congresso IUSTI tem alguns objetivos principais, entre eles, chamar atenção para a propagação das IST’s e a necessidade de respostas eficazes; destacar a importância de melhorar o acesso global a programas de intervenção para a prevenção e tratamento de ISTs; compartilhar novos conhecimentos científicos e as últimas inovações em diagnóstico, manejo terapêutico, epidemiologia e comportamento sexual relevantes para ISTs e HIV; defender a discussão aberta sobre ISTs, particularmente entre populações com alto risco de contágio e entre adolescentes.

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