O mês de junho é marcado pelo Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Queer, Interssexo, Assexuais, Panssexuais, Não-Binários e mais), celebrado no dia 28, um momento importante para conscientizar a sociedade em relação à luta por direitos e denunciar a violência e os preconceitos sofridos pela comunidade.
Somente nos cinco primeiros meses de 2023, comparado ao mesmo período do ano passado, houve aumento de mais de 300% no registro de denúncias de violações de direitos humanos sofridos pela comunidade. Os números são do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.
O Disque 100 registrou 2.536 denúncias de janeiro a maio deste ano, contra 565 nesse mesmo período em 2022.
As denúncias resultaram em 13,8 mil registros de violações de direitos humanos desde o início do ano. A secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, falou sobre a importância de se ter o registro desses dados.
– Os registros de violações contra as pessoas LGBTQIA+ no Brasil não vão mais para debaixo do tapete. Agora, temos os dados que são resultado da sociedade que foi dada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania aos canais de denúncia do governo federal, ainda que haja subnotificação, pois em muitos casos as vítimas têm medo de retaliação quando o abusador é alguém próximo ou familiar – afirmou ao portal do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
A partir do painel, é possível fazer um recorte do perfil tanto da vítima quanto do agressor. Gays (4 mil), lésbicas (3 mil) e bissexuais (1,9 mil) foram as principais vítimas de violações de direitos humanos. Os dados mostram que a maior parte das violações ocorrem na casa da própria vítima .
Homens da faixa etária entre 40 e 44 anos são os que mais cometem essas violações, e os estados que lideram o ranking são São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O MDHC disponibiliza o Disque 100 para casos de suspeita ou denúncias de discriminação sofridas pela população LGBTQIAPN+. O serviço é sigiloso, gratuito e funciona 24 horas por dia. Faça sua parte e denuncie qualquer caso de abuso.