Rafael Santana
O número de pessoas que usam a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) cresceu 47% no Brasil nos primeiros três meses de 2023, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Os dados são do Ministério da Saúde e estão disponíveis no Painel PrEP.
De janeiro a março deste ano, foram 12.343 novos usuários da profilaxia. Em 2022, no mesmo período, foram 8.393.
Novos usuários de PrEP nos três primeiros meses do ano nos estados onde o estudo PrEP1519 acontece:
| Estado | Jan. a Mar./2022 | Jan. a Mar./2023 | Crescimento em % |
| Bahia | 190 | 343 | 80 |
| Minas Gerais | 388 | 715 | 84 |
| São Paulo | 3.455 | 4.587 | 32 |
A PrEP desponta como uma das tecnologias de prevenção fundamental para conter o avanço da epidemia de HIV, garantindo uma proteção que chega a 98% quando utilizada de maneira adequada. Existem algumas modalidades da PrEP, dentre elas a PrEP oral em uso diário, sob demanda (com a tomada da PrEP quando tem relações sexuais com risco de exposição ao vírus) e a PrEP injetável (aplicada a cada dois meses).
O painel do Ministério da Saúde também mapeia informações sobre quem usa a PrEP. O perfil traçado pela ferramenta aponta o seguinte perfil: gays e outros homens que fazem sexo com homens, da raça branca/amarela, com idade entre 30 e 39 anos.
O estudo PrEP1519, presente em Salvador, Belo Horizonte e São Paulo, oferece gratuitamente PrEP e serviços de saúde sexual para adolescentes gays e homens que fazem sexo com homem, travestis e mulheres trans com idade entre 15 e 19 anos, em contextos de risco de infecção pelo HIV.
Na segunda fase do projeto, além da PrEP oral, será ofertada a PrEP injetável, e o estudo vai ofertar estes métodos de prevenção também para homens trans e pessoas não-binárias.
Apesar da efetividade da PrEP, é importante destacar que o medicamento faz parte de um conjunto de estratégias chamada de prevenção combinada, que envolve o uso da camisinha, a necessidade de testagem de forma regular do HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), mobilização para o acesso ao cuidado, aconselhamento e tratamento do HIV e outras ISTs, quando indicado.
