O Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União um novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV, que é um documento que visa orientar os profissionais da saúde no cuidado e assistência às pessoas que vivem com HIV/Aids, fornecendo orientações importantes para prevenir a transmissão do vírus, tratar a infecção e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV.
O documento reconhece, pela primeira vez, que pessoas que vivem com HIV/Aids com carga viral indetectável têm risco zero de transmitir o vírus durante relações sexuais, o que vem sendo reforçado pela ciência nos últimos 20 anos, uma vez que o tratamento antirretroviral previne a transmissão do HIV.
O protocolo também orienta o acesso precoce ao tratamento, recomendando que seja iniciado no mesmo dia ou após sete dias do diagnóstico. Além disso, traz a opção da “terapia dupla”, que consiste na tomada de um novo comprimido único e diário composto pelos medicamentos lamivudina e dolutegravir. Os dois antirretrovirais já são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas a combinação deles significa um avanço, já que a nova opção pode trazer mais praticidade no tratamento de pessoas que vivem com HIV.
O médico sanitarista Draurio Barreira, que é diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, falou sobre a publicação do novo protocolo.
A pasta trata a eliminação do HIV/Aids como prioridade. Somente nos nove primeiros meses de 2023, foi investido o valor de R$ 1,7 bilhão em medicamentos para HIV – R$ 157 milhões a mais do que no ano passado inteiro.
O Programa de Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids tem como objetivo de eliminar a epidemia como problema de saúde até 2030, alcançando a meta 95/95/95, que consiste em diagnosticar 95% das pessoas que vivem com HIV ou Aids, tratar 95% delas com antirretrovirais e alcançar a supressão viral em 95% das que estão em tratamento.