Uma marcha que reuniu travestis e transexuais de diversas partes do Brasil, no último domingo (28), em Brasília, celebrou os 20 anos do Dia Nacional da Visibilidade Trans, comemorado todos os anos no dia 29 de janeiro. A concentração aconteceu em frente ao Congresso Nacional e seguiu até o Museu Nacional.
A “Marsha” Trans Brasil recebe esse nome, com “S”, em homenagem à ativista norte-americana Marsha P. Johnson, drag queen que se identificava como gay e travesti e que lutou pelos direitos da comunidade LGBTQIAPN+ entre as décadas de 60 e 70.
O evento foi organizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e pelo Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrat). A Antra é responsável por um importante trabalho de catalogar o número de brasileiros e brasileiras trans assassinados todos os anos no país.
Em 2022, o Brasil ocupou o topo do ranking de países onde morrem mais pessoas trans no mundo pelo 14º ano consecutivo, com 131 assassinatos, além de 20 pessoas que tiraram a própria vida por causa da discriminação e do preconceito. Os dados referentes ao ano de 2023 ainda serão divulgados pela Antra.
A escolha do mês de janeiro não é à toa. No ano de 2004, no dia 29 deste mês, um grupo de mulheres e homens transexuais e travestis foi até Brasília para o lançamento da campanha “Travesti e Respeito”, no Congresso Nacional. A iniciativa foi promovida pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites virais do Ministério da Saúde e se tornou um marco na luta contra a transfobia no Brasil.
A data é um momento importante para reafirmar o combate à transfobia e marcar a luta pela garantia dos direitos das pessoas trans. É o momento de combater estigmas, violências e ampliar redes de acolhimento, alertando a sociedade para a importância de conhecer e reconhecer as identidades de gênero.