Rafael Santana
O PrEP1519 fechou a participação no Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva com muitos motivos para comemorar: trabalhos apresentados, performances artísticas, roda de conversa e uma alta procura pelo nosso stand, que foi um dos destaques do evento.
A 13ª edição do Abrascão, como é conhecido o congresso, foi realizada no Centro de Convenções, em Salvador, entre os dias 19 e 24 de novembro, e reuniu quase 7 mil pessoas. O evento é um dos mais importantes fóruns científicos da área no Brasil e reúne profissionais de diversos segmentos, entre eles, sanitaristas, epidemiologistas, especialistas em políticas públicas, cientistas sociais, profissionais e trabalhadores da saúde, gestores e técnicos da saúde, além de ativistas de movimentos sociais e de entidades da sociedade civil atuantes na área de saúde.
Um dos coordenadores do estudo PrEP1519, o Prof Dr. Laio Magno falou sobre a importância de ter esse evento de grande porte sediado em Salvador.
– É uma oportunidade de vários pesquisadores que estão pensando a saúde coletiva estarem debatendo temas importantes para os próximos anos. É nesse congresso que se pensam as principais estratégias e pautas, e também priorização de pesquisa, para os próximos anos. E é o lugar onde se apresentam achados de diversas pesquisas que foram realizadas ao longo dos últimos três, quatro anos. É um momento importante tanto para pensar dados novos que foram produzidos, quanto para projetar agenda de pesquisa para os próximos anos pensando a saúde coletiva no Brasil, principalmente com um novo governo que vai começar. É importante pensar pautas que são importantes para o novo governo que vai começar – afirmou o professor.
Com cores vivas, o stand do PrEP1519 chamou a atenção do público, que parava para conhecer as ações desenvolvidas pelo projeto, além do interesse pelo mascote Prepinho, nas cores rosa e azul, e também pela bolsinha tipo pochete (o kit montado pelo projeto vem com camisinha, lubrificante, autoteste e cards com informações sobre o PrEP1519).
A profª Drª Inês Dourado, que também coordena o estudo, ressaltou a importância de ter um stand no ABRASCÃO.
– Esse stand tem a possibilidade do diálogo, de expandir o que estamos fazendo com o PrEP1519, dando visibilidade ao trabalho de prevenção do HIV com a juventude, com adolescentes gays, e outros HSH (homens que fazem sexo com homens) e meninas trans, além de mostrar os resultados de um trabalho de pesquisa que tem sido feito nos últimos três anos – afirmou.
Na terça-feira, tivemos duas apresentações orais: pela manhã, Marcos França apresentou o trabalho “Iniquidades étnico-raciais no uso de teste de HIV entre adolescentes homens que fazem sexo com homens, travestis e mulheres trans em três capitais brasileiras”. Durante a tarde, foi a vez de Beo Leite com o trabalho “Associação entre migração interna no país e trabalho sexual entre travestis e mulheres trans no Nordeste do Brasil”. Quem passou pelo stand ainda teve a oportunidade de conhecer a drag queen Gíbora, que conversou com participantes do congresso e participou de materiais produzidos pela organização do Abrascão.
A apresentação de Vogue da House of Tremme chamou a atenção de quem passou em frente ao nosso stand na quarta-feira. Vogue é uma dança surgida na década de 1960, originada nas comunidades LGBTQUIAP+, negra, latina e periférica dos EUA. Além da performance, houve uma roda de conversa sobre a realidade de pessoas LGBTQUIAP+ racializadas.
O dia contou ainda com mais duas apresentações orais: Priscila Caires com o tema “O trabalho da equipe psicossocial na inscrição de adolescentes menores de 18 anos em serviços de prevenção cominada ao HIV: um relato de experiência”; e Suilan Pedreira com “Abordagem interprofissional a adolescentes de populações-chave para o HIV que fazem uso de álcool e outras drogas em Salvador-BA”. Para encerrar, a professora Inês Dourado presidiu a sessão especial de palestras “Interdisciplinaridade na produção de conhecimento sobre os determinantes sociais do HIV/AIDS: integrando epidemiologia, política e avaliação em saúde e economia”.
Na quinta, último dia de congresso, mais três apresentações. Primeiro, Caio Marcellus com o trabalho “Alta prevalência de gonorreia e clamídia em diferentes sítios anatômicos entre adolescentes HSH e mulheres transexuais inscritos em uma coorte de PrEP em Salvador”. Depois veio Gabriel Marinho com “Estratégias de criação de demanda e recrutamento de jovens homens que fazem sexo com homens e mulheres transgênero para o uso da profilaxia pre-exposição: revisão sistemática”. Por último, Rijone Rosário apresentou o trabalho “Fatores associados ao sexo anal desprotegido entre adolescentes homens que fazem sexo com homens travestis e mulheres trans em três capitais brasileiras”.
Além das orais, tivemos outras apresentações realizadas durante o congresso. Confira a lista dos resumos aprovados:
Curta assíncrona
Suporte psicossocial em serviço de prevenção combinada ao HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis: um relato de experiência – Caffa Cabus et al., 2022
Point of care, manejo clínico e monitoramento de infecções sexualmente transmissíveis (IST) entre adolescentes em Salvador: um relato de experiência – Pedro de Almeida Silva et al., 2022
Atendimento interprofissional em casos de soroconversão entre adolescentes e jovens em uso de profilaxia pré-exposição ao HIV em Salvador-Bahia – Thais Fonseca et al., 2022
Iniciação de prep entre adolescentes homens que fazem sexo com homens, travestis e mulheres trans em
clínicas de prep no Brasil – Fabiane Soares et al., 2022
Autopercepção de risco ao HIV e uso da prep entre adolescentes homens que fazem sexo com outros homens, mulheres trans e travestis no Brasil – Fabiane Soares et al., 2022
Desafios e dificuldades no recrutamento de adolescentes de 15 a 17 anos no projeto PrEP1519 em Salvador-Ba – Dante Freire et al., 2022
Padrões de uso da profilaxia pre-exposição ao HIV entre adolescentes homens que fazem sexo com homens, travestis e mulheres trans – Diana Zeballos et al., 2022
Permanência de jovens homens que fazem sexo com homens e mulheres transgênero em serviços de profilaxia pré-exposição ao HIV: revisão sistemática – Nathália Sernizon et al., 2022
Barreiras e facilitadores para permanência de jovens homens que fazem sexo com homens e mulheres trans em serviços de profilaxia pré-exposiçao ao HIV: revisão sistemática – Izabel Ramos et al., 2022
Migração, risco e vulnerabilidade à infecção pelo HIV entre mulheres trans: uma revisão de escopo – Beo Oliveira Leite et al., 2022
Oral
O trabalho da equipe psicossocial na inscrição de adolescentes menores de 18 anos em serviços de prevenção combinada ao HIV: um relato de experiência – Priscilla Cayres et al., 2022
Alta prevalência de gonorreia e clamídia em diferentes sítios anatômicos entre adolescentes HSH e mulheres transexuais inscritos em uma coorte de prep em Salvador-BA – Caio Marcellus Oliveira et al., 2022
Abordagem interprofissional a adolescentes de populações-chave para o HIV que fazem uso de álcool e outras drogas em Salvador-BA – Suilan Pedreira et al., 2022
Fatores associados ao sexo anal desprotegido entre adolescentes homens que fazem sexo com homens, travestis e mulheres trans em três capitais brasileiras – Rijone Rosario et al., 2022
Iniquidades étnico-raciais no uso de teste de HIV entre adolescentes homens que fazem sexo com homens, travestis e mulheres trans em três capitais brasileiras – Marcos França et al., 2022
Estratégias de criação de demanda e recrutamento de jovens homens que fazem sexo com homens e mulheres transgênero para o uso da profilaxia pré-exposição: revisão sistemática – Gabriel Monteiro et al., 2022
Associação entre migração interna no país e trabalho sexual entre travestis e mulheres trans no Nordeste do Brasil – Beo Oliveira Leite et al., 2022